segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Restou o charme

Não quero o gosto do meu nome
No esgoto do teu
(mesmo em esquinas alheias)

O charme do Chorume é o cheiro.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Páginas interiores

Sempre me pergunto sobre o que fazer com o passado.... O fato é que, muitas vezes, tenho a impressão de que não aprendemos a subtrair (ou isso seria nos trair?)
É como se a nossa memória nosso corpo e emoções fossem como o “clichê” da natureza onde nada se perde e sim se transforma. Não pretendo ser então inédita esse privilegio é da sessão da tarde. O texto serve mais pra tentar organizar o “inorganizável” da consciência-memória-emoção.
Minha dúvida reside na posse das coisas, por que desconfio que o tempo não me permita a posse das coisas? E me refiro às sensações mais especificamente. Por que cheiro de maracujá nunca será meu e sim do perfume de um romance que nunca aconteceu? Por que o baixo na introdução daquela música será sempre do amor passado? Por que a fruta partida no prato será sempre da avó?Por que aquele disco antigo será sempre do pai? E aquela comparação sobre meus olhos será sempre duma interrogação?De quem é o que? Há posse?
Onde se perde e encontram os contornos de mim nos olhos dos outros impregnados em mim?

Queria ouvir o Caeiro e escolher a realidade ao invés do tempo. Escolho tudo. Escolho a palavra.