sábado, 15 de fevereiro de 2014

Eu era ruiva no carnaval


E eu sempre retorno às páginas anteriores a ver sangue, suor, sujeira e neuroses. Figuras repetidas, lamaçais, estradas de sapatos trocados. A memória é um calabouço de ilhas a torturar corações e sonos.

E sempre retorno às interrogações – minhas sinuosas cordas vocais. Queria mesmo ser o cara de jeans gasto, jaqueta de couro, óculos escuros, coturnos impiedosos, isqueiro na mão – incendiando a cidade. Rindo do inferno.

E sempre retorno aos medos pois que ele – outro – guardou amores, sonetos e vinte e nove beijos para mil mulheres... mas desembarcou aos meus pés; e confesso: não consigo ficar de pé enquanto essa onda me abraça.



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