quinta-feira, 24 de abril de 2014

Pombos

Um poema não é uma carta
mas parece sempre ter endereço certo
um poema não é uma carta
mas deixa no olho do leitor um deserto

flores de pequenos contornos
são pétalas de lâmina
na memória dos olhos meus
marés de pequenas pernas
navegando entre lixos

D'onde vem a voz do poeta
a cantar desencantadoramente
pras grutas do eterno vazio?

seria carteiro o poeta?
a escrever poemas-carta
da tinta-cinza  de seus cigarros
e ares magros...

pra pequenas...
pequenezas aves de suas histórias sujas?

2 comentários:

  1. Orgulho de ser sua aluna e de ter aprendido a amar poesia ainda mais com isso!

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    1. Privilégio é o meu de ter olhos sensíveis como os seus a ler meus poemas... :)

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